3 cartilhas grátis da cultura maker na educação
Você sabe o que é a cultura maker na educação? A iniciativa vem ganhando muito espaço no Brasil, tanto que hoje já está cada vez mais difícil encontrar uma escola particular que não tenha um espaço maker disponível para os alunos.
Esse movimento tem bases teóricas muito aprofundadas, e também bases práticas aplicadas ao redor do mundo e aqui no Brasil. Detalhe, essas bases vieram muito antes do que você imagina: ainda em 2014 já se falava sobre a cultura maker, e os primeiros passos da implantação da filosofia já havim começado.
Hoje, vamos falar um pouco mais sobre a cultura maker na educação. O que o movimento determina, como as escolas se beneficiam dele e o que vem para o futuro.
Ah! E tem também, no final do texto, um conjunto de cartilhas para a implementação da cultura maker aí na sua escola, para você baixar gratuitamente.
De onde veio a cultura maker na educação?
Sugata Mitra é um educador tecnológico. Programador por profissão e teórico educacional por vocação, que criou um experimento em Nova Délhi que serve como uma das principais provas para a cultura maker na educação.
Ele fez um buraco na parede e colocou um computador dentro, só para ver como as crianças que nunca tiveram contato com a tecnologia anteriormente reagiriam.
A primeira experiência foi na parede exterior do seu escritório, em Nova Délhi. As crianças poderiam usar a máquina sem custos. O único problema é que elas não sabiam o que era um computador, o que era a internet e não falavam inglês.
No final do dia, elas já navegavam. Achando que alguém do escritório poderia tê-las ensinado, o Sr. Mitra levou a máquina para um vilarejo rural e fez a mesma coisa, voltando só dois meses depois.
Após o tempo, o programador chegou retorno na expectativa de ajudar as crianças com os mistérios do computador. Mas as encontrou usando a internet, instalando jogos e pedindo uma máquina melhor. A delas estava ultrapassada.
A proposta de Sugata Mitra - A Escola na Nuvem - é um exemplo inspirador para a cultura maker na educação. Nosso trabalho é ir além dela - criar a Nuvem na Escola.
Para isso, precisamos de um olhar pedagógico para a cultura maker. Oferecer a educação de qualidade que casa com a filosofia.
O que é a cultura maker na educação
A cultura maker na educação é um método prático-pedagógico que aumenta o contato dos alunos com a engenharia e a automação por meio do bom e velho botar a mão na massa.
Seu foco é na programação e prototipagem de eletrônicos que usam Internet das Coisas.
A escola que busca se colocar na cultura maker cria um espaço maker, um mini laboratório equipado com recursos que permitem a criação. A tecnologia é parte fundamental desse laboratório, que inclui:
- Internet de alta velocidade;
- Computadores para alunos treinarem a programação;
- Estação com ferramentas elétricas;
- Estação com recursos IoT;
- Mesa de reuniões;
- Área para socialização;
- Maquinário industrial: impressora 3D e cortadora laser;
- Quadros para exposição das ideias;
Dentre outras. Essas são as recomendações da própria cartilha sobre a cultura maker na educação, que vamos disponibilizar.
Como pode notar, é uma oficina de verdade que você vai precisar montar para os alunos. Através disso, grandes valores da educação são destacados: a curiosidade, o protagonismo, a capacidade de resolver problemas, a habilidade de criar.
O trabalho e a escola do futuro
A PUCRS fez um estudo em 2018 que concluiu que mais da metade dos alunos do ensino médio terá profissões que ainda não existem. Isso em 2018, imagina hoje?
A cultura maker na educação é uma resposta pedagógica para essa realidade. As profissões podem ainda não existir, mas as habilidades que elas vão exigir já estão aí.
Criatividade e familiarização com as ferramentas que essas profissões requerem já podem ser trabalhadas nas escolas.
Mas sei o que você está pensando - como? Vamos explicar isso no próximo tópico, olha só:
Como criar um espaço maker na escola?
Existem alguns pontos que precisam ser levados em conta na hora de montar um espaço maker na escola.
Lembre-se que você está fazendo um investimento que não é pequeno para montar o espaço. Do mesmo jeito que é necessário gastar dinheiro, também é preciso gastar tempo.
Senão o investimento que é um pouco alto acaba não trazendo retorno direto na educação. E esse é o seu principal objetivo.
Separamos aqui alguns pontos principais para você levar em conta na construção do seu espaço maker na escola. Todos eles foram retirados da própria cartilha que disponibilizamos ao final do texto, ok?
Começando pelo começo:
1 - Todos os envolvidos precisam entender a cultura maker
Para construir um espaço maker, antes de comprar uma única chave de fenda é preciso criar uma comissão de professores para a discussão do que vai ser ensinado nele. E também como.
Todos os envolvidos precisam entender o que é a cultura maker e o que o espaço vai proporcionar. Tudo que falamos no tópico anterior precisa estar claro para todos os participantes da iniciativa - professores e alunos também.
Aliás, a instituição inteira. A cultura maker na educação - sua justificativa e objetivos esperados - precisam estar presentes no Projeto Político Pedagógico da sua escola.
Existe um manifesto maker que precisa ser lido pelos participantes. Você pode lê-lo na íntegra aqui, em inglês, ou acessar esse pequeno resumo.
2 - Quem vai usar o espaço?
Depois que todo mundo estiver na mesma página, é hora de ir para a prática. Quem vai usar o espaço? Alunos do ensino médio e fundamental II? Apenas ensino médio? Apenas alunos do ensino técnico?
Nesse momento, você precisa levar em conta a disponibilidade dos professores e as limitações do local. Mais algumas perguntas que precisam ser feitas nesse momento:
- Qual será o horário de funcionamento do laboratório?
- Quantos alunos por turma podem ter uma aula nele?
- É necessário reservar o espaço com antecedência?
- O laboratório ficará aberto para uso livre quando não houver aula?
- Quem supervisiona os alunos?
Essas são perguntas fundamentais para determinar a logística do espaço maker na escola. Sem isso organizado, pode gerar bagunça. E bagunça perto de equipamentos que, além de caros para a escola, também representam riscos para os alunos se não houver supervisão.
3 - Como o espaço maker na escola trabalha as competências da BNCC?
O espaço maker é educacional, e o que regula o currículo de todas as escolas é a BNCC. Então já fica claro que a cultura maker precisa estar de acordo com os fundamentos curriculares nacionais.
Esse grupo inicial, que vai presidir as primeiras conversas sobre o espaço maker, precisa estar com a BNCC pronta para consulta o tempo todo.
É importante ver o que o espaço maker oferece para o desenvolvimento curricular dos alunos, ponto por ponto, para montar sua justificativa no PPP.
4 - Minha estrutura comporta um espaço maker?
Você vai precisar de uma estrutura física que comporte:
- Bancadas de trabalho;
- Mesa de reuniões;
- Lousa;
- Ilha de computadores;
- Acesso à internet Wi-fi de alta velocidade;
- Máquinas pesadas (impressora 3D e cortadora laser);
- Iluminação adequada da área de trabalho;
- Espaço o suficiente para a segurança dos alunos;
- Espaço para a explicação do professor;
- Espaço o suficiente nos corredores para orientações individuais do professor.
Isso é o básico para um espaço maker. Nossa recomendação é que, se você tiver um espaço pequeno, inclua uma quantidade menor desses equipamentos, mas não deixe nenhum de fora.
Por exemplo: ao invés de retirar a mesa de reuniões, faça menos bancadas de trabalho, e faça menos aulas com menos turmas. É melhor oferecer menos de algo alinhado com a cultura maker na educação do que mais de aulas que não estão.
5 - O que o espaço maker tem de diferente dos outros espaços da escola?
É preciso também documentar os diferenciais do espaço maker direto no PPP. A escola precisa ter muito bem definido o que ele vai apresentar de diferente de outros ambientes, como uma oficina de eletrônica, a própria biblioteca etc.
Veja bem: o espaço maker é focado principalmente na Internet das Coisas (IoT). Ele não é só uma oficina de informática misturado com um laboratório de eletrônica. Sua concepção está intimamente ligada à IoT, e isso precisa ficar claro na sua escola para que as atividades sejam passadas de acordo com essa filosofia.
A própria Internet das Coisas tem uma definição muito simples: é o controle de equipamentos através da internet. Sabe aquelas luzes inteligentes que mudam de cor de acordo com um aplicativo do celular? Isso é IoT.
Pensando nisso, entramos no próximo assunto:
O que a escola precisa comprar para o espaço maker?
Todo o equipamento para o espaço maker está muito bem explicado nas cartilhas que vamos liberar ao final do texto, mas aqui vai um resuminho rápido pra você entender qual será a dimensão do investimento que precisará fazer.
Na parte eletrônica, o primeiro item a ser comprado é um roteador de alta capacidade para o espaço maker. Esse roteador vai se conectar à internet da escola, sendo necessário que uma rede isolada, específica para a sala seja criada. Assim a internet fica mais rápida.
Para as ferramentas, você pode comprar kits básicos de eletrônica para começar. Multímetros, soldadores, chaves de fenda, parafusos, pistola de cola quente, fios de diâmetros diferentes, placas de circuito, fita isolante etc.
No lado IoT, você vai precisar comprar controladores IoT. Existem kits de IoT Arduino iniciantes, que a maioria das escolas com espaço maker usam. Cada um sai por mais ou menos R$ 200.
Além disso, você também vai precisar de computadores com acesso a internet rápida, para fazer a programação.
Que tipo de professores a escola precisa ter no espaço maker?
Em muitos textos pela internet sobre a cultura maker na educação você vai acabar se deparando com pessoas dizendo que é necessário contratar engenheiros e programadores para ter um espaço maker na escola.
Não é bem por aí. Esses profissionais com certeza ajudam muito, mas muito mesmo, nas aulas. Mas a equipe da sua escola pode muito bem trabalhar os preceitos básicos e se aprofundar na programação.
E isso é necessário no espaço maker: conhecimento de linguagens de programação básica, como Scratch e Arduino, que são voltadas especificamente para a Internet das Coisas.
Essas linguagens são focadas na programação dos chips Arduino que vão compor a maior parte do trabalho sendo feito nas aulas do espaço maker. Então, você tem duas opções: contratar professores já especializados nelas, ou especializar a sua própria equipe docente.
De qualquer forma, essa capacitação é necessária para começar as aulas no espaço maker da sua escola.
3 cartilhas grátis do espaço maker para download
Montar um espaço maker, como você está vendo, não é uma tarefa fácil. A área da Internet das Coisas é nova no mundo, e o trabalho de ensiná-la para crianças também.
Imagine como foram os primeiros anos de ensino da matemática, lá na Grécia antiga e no Egito? Professores ensinando algo que estava em constante descoberta e desenvolvimento?
Sabemos que crianças aprendem rápido, como o computador na parede do professor Mitra nos mostrou. Hoje, elas perguntam o que são os circuitos em cima da mesa. Amanhã, elas querem saber por que o código do controlador não está funcionando.
A Febrace produziu as três principais cartilhas sobre a cultura maker na educação e a implantação de um espaço maker nas escolas. Os três juntos funcionam como um grande manual para as escolas criarem os espaços.
Cada volume te ajuda a entender melhor o conceito. As três estão disponíveis para download logo aqui embaixo:
Vol. 1 - Espaços e cultura maker nas escolas; Vol. 2 - Entendendo a Internet das Coisas; Vol. 3 - Aprendizagem por problemas e projetos.
E um último adendo antes da gente fechar o texto. Implementar a cultura maker na escola também requer uma mudança na própria escola. Você vai precisar criar novas turmas e um novo currículo, além de gerir todos os equipamentos instalados.
Isso fica mais fácil com um sistema de gestão escolar. Fica um último convite pra você: teste a plataforma IScholar para entender o que nós podemos te oferecer nesse momento de virada.
Um abraço e a gente se vê no próximo texto!
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